terça-feira, 19 de junho de 2012

Música

A música medieval é marcada pela estrutura modal, praticada no canto gregoriano, nas himnodias e salmodias, na Ars Antiqua e na Ars Nova e ainda na música dos trovadores.

A música modal é caracterizada pela importância dada às combinações entre as notas e seus resultados sonoros. O compositor usa uma escala diferente de acordo com a função do texto cantado. As principais formas musicais são as salmodias (cantos de partes da Bíblia) e as himnodias (cantos realizados sobre textos novos, cantados numa única linha melódica).

A melodia gregoriana, institucionalizada pelo papa Gregório I se tornou modelo para a Europa católica. Designou-se notas musicais como são conhecidas atualmente, usando o texto de um hino a São João Batista, onde cada estrofe inicia com uma nota musical: as 7 primeiras letras do alfabeto latino - UT, RE, MI, FA, SOL, LA, SI. Posteriorimente DO substituiu o UT.

A Ars Antiqua desenvolve-se entre 1240 e 1325 e suas formas musicais perduram até o fim da Idade Média. É composto a partir de textos gregorianos que recebem um segundo texto, independente e silábico. Cada vogal corresponde a uma nota. Essa necessidade de cantar cada vogal impulsiona uma nova rítmica.

Na Ars Nova, de 1320 a 1380, recursos são utilizados para dar uniformidade às diversas vozes da polifonia (melodias simultâneas) - são comprimidas ou ampliadas e muitas vezes sofrem inversão (lidas de trás para frente).

Contexto Histórico

    Quando falamos em Trovadorismo, devemos levar em conta o momento histórico em que se passa esse movimento literário:  a Idade Média.
    A Idade Média, período compreendido entre os séculos VIII e XV, foi marcada, principalmente, pelo seu sistema econômico e político – o Feudalismo – e a religião.
O sistema Feudal foi marcado pela descentralização do poder político, fragmentado entre donos de terras cedidas por um rei. Este dividia suas terras entre homens de confiança, que por sua vez dividiam seus lotes em propriedades menores e assim sucessivamente. Esta relação ficou conhecida como relação de Suserania e Vassalagem, sendo os primeiros os doadores e, os últimos, receptores das terras. O rei é o suserano dos suseranos, embora sem poder político. Cada feudo possuía estrutura econômica independente e tinha em sua base o trabalho servil. Os servos trabalhavam nas terras do Senhor em troca de moradia, proteção e parte da produção. Não havia comércio entre os feudos, as trocas se davam por escambo, pois não havia uma moeda comum.
Os senhores feudais eram nobres, ou seja, cavaleiros com exército próprio. Assim, garantiam a proteção de seus vassalos e servos em troca de fidelidade e tributos na forma de produção agrícola.
A Igreja era sem dúvida a instituição mais poderosa da era Medieval. Representada pelo clero (padres, bispos, arcebispos…), a Igreja era a maior dona de terras de toda a sociedade medieval. Sua principal fonte de terras eram doações realizadas como pagamento em troca do perdão concedido aos pecadores. Grande parte das riquezas era concentrada nas mãos de alguns membros da Igreja, que levavam uma vida luxuosa, mas uma boa parte era direcionada aos pobres, porém com o objetivo de celebrar missas para coletar indulgências para construção e decoração das igrejas.
Os servos representavam a grande maioria da população, a camada baixa da sociedade. Eram homens presos à terra, produzindo para sua subsistência e para pagar impostos aos senhores. Diferem dos escravos no sentido de não serem considerados mercadorias.
Todos estes traços da sociedade da época podem ser percebidos nas construções literárias, de alguma maneira.

Arquitetura Medieval


A arquitetura medieval, da arquitetura bizantina à arquitetura gótica, foi principalmente influenciada pelo recrudescimento das cidades (e consequente ruralizarão da Europa e criação de feudos) e a ascensão da Igreja Católica. À medida que o poder secular submetia-se ao poder papal, passava a ser a Igreja que detinha o capital necessário ao desenvolvimento das grandes obras arquitetônicas. A tecnologia do período desenvolveu-se principalmente na construção das catedrais, estando o conhecimento tectônico sob o controle das corporações de ofícios.
Durante praticamente todo o período medieval, a figura do arquiteto (como sendo o criador solitário do espaço arquitetônico e da construção) não existe. A construção das catedrais, principal esforço construtivo da época, é acompanhada por toda a população e insere-se na vida da comunidade ao seu redor. O conhecimento construtivo é guardado pelas corporações, as quais reuniam dezenas de mestres de obras (os arquitetos de fato) que conduziam a execução das obras, mas também as elaboravam.
A Cristandade definiu uma visão de mundo nova, que não só submetia a vontade humana aos desígnios divinos como esperava que o indivíduo buscasse o divino. Em um primeiro momento, e devido às limitações técnicas, a concepção do espaço arquitetônico dos templos volta-se ao centro, segundo um eixo que incita ao percurso. Mais tarde, com o desenvolvimento da arquitetura gótica, busca-se alcançar os céus através da indução da perspectiva para o alto.